terça-feira, 1 de setembro de 2009

SANTOS DUMONT // Reportagem

Publicada: 30/08/2009

Texto: Marcia Pacheco / Fotos: Jorge Henrique

Localizado na região metropolitana de Aracaju, o bairro Santos Dumont abriga aproximadamente
24 mil habitantes e reúne uma série de problemas. Trechos carentes de drenagem e pavimentação, coleta de lixo deficiente, falta de água frequente e insegurança estão entre as principais dificuldades enfrentadas pelos moradores da região.

O bairro Santos Dumont abrange uma área de aproximadamente 2 km2. A última contagem populacional por bairro, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1996, aponta que a localidade possuía 22,5 mil habitantes à época. Hoje estima-se que o número passe dos 24 mil moradores, o que revela um crescimento de mais de 6% em 13 anos.

O número não parece tão alto se não analisada a situação em que o bairro se encontra.

Pavimentação e drenagem

Muitos desses moradores vivem em residências pequenas e em locais insalubres. A ausência de pavimentação e drenagem do loteamento Bahamas, localizado naquele bairro, é um exemplo das dificuldades enfrentadas na região. Com o período das chuvas, fica praticamente impossível sair de casa, como conta a dona de casa Claudivânia dos Santos: “Quando chove muito, as crianças nem vão ao colégio. Fica impossível sair de casa com tanta lama”, relata Claudivânia, que mora na rua A do loteamento Bahamas há oito anos. “Já tive esperança de ver isso mudar, mas nada muda. Desde que cheguei aqui a situação só ficou pior”, diz a moradora.

Segundo ela, é comum nos períodos de chuva os moradores se unirem para comprar areia e aterrar as poças, mas a medida paliativa está causando ainda mais problemas para eles. “No primeiro momento resolve, porque acabamos com as poças, mas o nível da rua acaba ficando mais alto e quando chove novamente a água que escoa da rua invade as casas”, explica.

A situação das vias rendeu um apelido no mínimo curioso para o loteamento: “Balamas”. Maria do Socorro comprou um imóvel na localidade há um ano e meio como forma de investimento. “Resolvi comprar para alugar e assim ficar com a renda”, conta. O arrependimento é o sentimento mais forte agora. “Achei que nesse tempo as ruas já estariam pavimentadas, mas até agora nada aconteceu, estou desanimada”, diz.

Coleta de lixo deficiente

Os moradores do loteamento São José sofrem com a mesma situação. Nas duas áreas é comum ver crianças brincando nas ruas no meio da lama, correndo risco de contraírem doenças. Na avaliação do delegado representante dos moradores do Santos Dumont, Edson Oliveira da Silva, a falta de drenagem e pavimentação é o desencadeador de diversos outros problemas no bairro.

“As poças impedem que caminhões de lixo acessem essas áreas do bairro, ficando a coleta deficiente. Sem coleta, o lixo fica acumulado nas ruas, onde as crianças brincam, causando doenças”, analisa.

Na tentativa de trazer alguma melhora para a estrutura da região, os moradores fizeram um abaixo-assinado e encaminharam à Prefeitura de Aracaju. Segundo Edson Oliveira, foram reunidas mais de mil assinaturas para protestar por mudanças na infraestrutura da localidade. Até agora, a manifestação não teve efeito.

Insegurança

Outro problema apontado pelos moradores do bairro é a falta de segurança. “Um bairro com mais de 20 mil moradores deveria ter um posto policial. Essa é uma luta nossa”, diz Oliveira. O policiamento deficiente e a sensação de impunidade têm impulsionado o aumento no número de ocorrências como pequenos furtos.

“Roubaram o celular do meu filho quando ele estava chegando em casa. Ele contou que o ladrão também era adolescente e estava com uma faca”, contou a professora Maria Elenice Santos, que mora na rua Sargento Brasiliano, no bairro. O dono de uma pequena mercearia, que preferiu não se identificar, também reclama do problema. “Já fomos assaltados três vezes, o clima de insegurança aqui é grande”, diz.

Por conta disso, muitos comerciantes da região estão investindo em itens de segurança, como alarmes e câmeras, para inibir a ação dos bandidos. É o caso do proprietário da Pousada Sossego, localizada na avenida Euclides Figueiredo. Ele instalou câmeras de segurança na tentativa de evitar assaltos e roubos. Além do problema da falta de posto policial, a 3ª Delegacia Metropolitana, localizada no bairro Santos Dumont, entrou em reforma em 2008. Hoje a obra está paralisada.

Soluções a caminho

Segundo o delegado do bairro, a união dos moradores já tem duas vitórias para comemorar. Uma foi a reurbanização da praça Ulisses Guimarães. “A praça voltou a ser um local aprazível para o lazer dos moradores do bairro”, diz. Outro motivo de comemoração é a mudança de fluxo realizada na avenida São Francisco de Assis. Antes, com mão dupla, vários acidentes já tinham sido registrados no local. Agora o trânsito foi mudado para mão única.

E outras melhorias devem acontecer em breve. De acordo com a Assessoria de Comunicação da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), a solução para os problemas dos moradores do loteamento Bahamas está a caminho. A empresa já concluiu um projeto de infraestrutura para a região. O documento foi encaminhado para a Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan) para captação de recursos e ainda segundo a assessoria da Emurb deve ser implementado tão logo sejam aportados tais recursos.

Em relação à paralisação da obra da 3ª Delegacia Metropolitana, a assessoria da Secretaria de Estado da Segurança (SES) explica que o projeto inicial para construção do novo prédio precisou ser refeito, pois foi constatado que o solo do local era úmido. Com o novo projeto, feito pela Cehop, a empreiteira responsável pela obra começou a exigir complemento de recursos financeiros, negados pelo Estado. A empresa desistiu da obra e a segunda colocada não demonstrou interesse em assumi-la. Resultado: foi necessário abrir novo processo licitatório para a construção da delegacia.

“Aguardamos a obra com bastante ansiedade, pois lá será desempenhado um serviço integrado das polícias Civil e Militar, um serviço muito melhor para o Estado”, diz Lucas Rosário, assessor de Comunicação da SSP.


domingo, 2 de agosto de 2009

DEPREDAÇÃO E ARROMBAMENTO DA SEDE SOCIAL DA CASA DE CULTURA AFRO SERGIPANA





CASA DE CULTURA AFRO SERGIPANA
ÁREA DE VIVÊNCIA SOCIAL
ODILIA D’ACELINO
COORDENAÇÃO GERAL
Rua JANE BOMFIM -1252 – SANTOS DUMONT (324-5936 ) 49.089-320-Aracaju-Sergipe


LEVANTAMENTO PRELIMINAR DOS ARROMBAMENTOS E INVASÕES DA SÉDE:

Histórico:

Após o falecimento das Diretoras: Administrativa e do Patrimônio, Maria Emilia dos Santos e Maria de Lourdes Santos, enquanto o Conselho Cultural era sediado no Siqueira Campos, com os serviços de construção das salas de aulas do Centro de Pedagogia Afro Sergipana, o prédio do Santos Dumont foi sistematicamente arrombado e invadido pelo vizinho, roubando, depredando e ocupando a área para prática de ilícitos, onde as drogas prevaleciam.

Por diversas vezes foi prestado Queixa na Delegacia do Bairro e na do Bugiu, bem como chamada a Policia, que em lá chegando não evidenciava nada, tendo os criminosos se evadidos para logo em seguida, voltarem a praticar os roubos e depredações com requintes de perversidade, certos da impunidade, tendo em vista que apontava para o irmão mais novo a prática dos roubos por entender que a sua menor idade, lhes davam impunidades.

Enquanto isso, a Gangue aumentava e as invasões e os roubos também, visto serem além de viciados na maconha e no craque, eram também fornecedores, uma vez que na sua casa era negociadas e consumidas as drogas. Uma Boca de Fumo entre as demais na localidade, sendo que lá era mais freqüentada pela facilidade de consumo no local.

Todos da vizinhança têm conhecimento e calam. Sabem e vêem as ações criminosas da Gangue de Maria Nova, formada por seus filhos, netos, nora e liderada pelo mais velho e sua mulher que nos conflitos internos é substituído pelo irmão BUIA. Esta Gangue é composta de PIO, BUIA, JORGINHO,MARLI( a mulher de PIO) TITA e NOVINHO (este está na Penitenciaria, no lugar da Marli, sua cunhada), além de outros elementos, inclusive um tal PASTOR.

Às vezes em que fui, falar com PIO o responsável pelos irmãos, ele dizia que não tinha nada com isso e que eu fosse falar com “eles”, se referindo aos irmãos e pedindo que eu fosse buscar a policia para botar eles na cadeia e fazer eles dizer a quem vendeu e a sua mulher Marli, sempre assinalando que não tinha nada com isso e, se a Policia prendesse o marido dela, ela iria abrir a boca e apontar todos eles.

As ações da Gangue, foi estimulada por moradores do local e também pela minha sobrinha que, perversamente, desligava a força de luz, facilitando a investida dos criminosos.

A Gangue destelhou a própria Casa e começou a vender as telhas, madeirames e tijolos. No ato, derrubou o muro da Casa de Cultura, facilitando a invasão, Informado foi acionado a Policia e no local, buscamos reparar a depredação e concertar o muro. Foi colocado pedreiros para fazer o serviço, mas eram na minha ausência, ameaçados. Diversos trabalhadores contatados desistiram de fazer o serviço, com medo da Gangue.

Tentamos comprar o terreno, mas o preço pedido foi alto e desistimos, pelo preço que oferecemos, foi vendido a outra pessoa( tido traficante e dizem que foi paga menos de 30 por cento em espécime e o resto de droga. Este mesmo elemento, já adquiriu diversos prédios no local, usando o mesmo expediente e dizem, comanda as bocas de drogas do local). O crime mais recente foi o roubo da Caixa d’água que fizeram, retirando a caixa do terceiro andar e após perceber a presença da Policia, soltaram e se evadiram, a caixa foi recuperada mais quebrou. Ela seria vendida ou trocada por droga.

A característica da comunidade é de medo e participação silenciosa, uma vez que compra o que se rouba do vizinho e isso fortalece o roubo no local.

Interrompi as ações na sede do Siqueira Campos, para ocupar o prédio do Santos Dumont e recuperar os estragos para impedir que o prédio viesse abaixo e continuasse a ser “Quartel dos Drogados” tendo em vista de ter sido ocupado pela Gangue de Maria Nova, agora Sem Teto e se apropriou do local, impedindo qualquer aproximação de quem quer que fosse lá e, como o prédio oferece visão estratégica, nunca eram flagrados pela Policia.

A minha presença é uma presença de risco, porque impede a ação criminosa no local e no entorno da Entidade e por isso, sou sistematicamente hostilizado, mesmo que silenciosamente, constantemente apontado e o prédio diuturnamente assediado para invasões. Passo o dia com os trabalhadores e a noite de vigília e neste processo desgastante, sofro constantemente por não ter mais saúde e resistência para ficar nesta ação sem ajuda, pois quando percebe que não estou na área, fazem todo tipo de ações intimidatorias.

O Levantamento preliminar do que foi roubado:
-pia inox 02
-Portas de madeira 02
-mesas de reuniões 03
-cadeiras de rodas 02
-telefones 04
-TVs 02
-videocassete 01
-fitas cassetes(material de pesquisa)45
-fitas VHS (material de pesquisas) 72
-luminárias 22
-vasos sanitários 04
-máquinas de datilografias 05
-máquinas eletrônicas 03
-ferro elétrico 01
-arquivos de ferro 06
-armários de ferro 02
-portões de ferro 16*
-grades de ferro 22*
-basculantes de ferro 16
-cadeiras de ferro 180
-poltronas 04
-sofás 03
-cadeiras funcionais 08
-bureaux 08
-estandes de ferro 06
-rádios 03
-colchões 02
-strado de cama 01
-lanternas 04
-caixa de som 02
-microfones 08
-pedestais de microfones 06
-companhias 03
-cadeados 22
-ventiladores 04
-cadeiras comuns 16

Na primeira invasão, os espaços da Entidade ficaram cheios de documentos e livros espalhados por todo lado. Esse material precariamente foi colhido e recolhido para o Barracão do IYLE ASHE OPÔ AIYRÁ e aos pouco, enviados para o Siqueira Campos. Muito documento foi perdido. A maioria das depredações foi registrada em fotos, como uma memória aterrorizante.

Este documento foi redigido, na manhã do primeiro dia de Maio de 2009, por mim, José Severo dos Santos – Coordenador Geral , com o propósito de referendar informes ás autoridades dos Poderes do Estado.



Aracaju, 01 de maio de 2009.